OVNI em Castelo de Bode
Antes de começar a narrativa, devo confessar que de alguma forma estou relacionado com estes dois lugares - Base Aérea Nº 3 em Tancos e a Barragem de Castelo de Bode.
Na primeira, estive colocado durante mais de dez anos na qualidade de militar da Força Aérea Portuguesa, conheço aquela Base e o profissionalismo daquela gente como as palmas das minhas mãos, na segunda, é um local prazeroso onde muitíssimas vezes me desloquei a fim de disfrutar as vistas e águas daquele bonito sitio.
Não equaciono nem por um milésimo de segundo que tudo o que se passou foi simplesmente verdade!... particularmente devido ao facto de conheçer a forma como os militares da Força Aérea Portuguesa, de uma forma geral, abordam diáriamente as suas missões com profissionalismo. Relembro ainda que estes militares juram perante a Nação um código de honra que levam aliás bastante a sério, e que diz no seu ponto nº8 :
"Honro a minha palavra e assumo a responsabilidade dos meus actos "
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Peço desculpa por "ser parte emocional envolvida" e não ter conseguido despir a minha pele de militar da Força Aérea, mas consigo falar a verdade.
Acredito cegamente que aquele facto foi verídico tal como foi relatado.
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É uma das principais barragens portuguesas. Além da produção de energia eléctrica, as suas águas abasteçem a cidade de Lisboa.A construção da barragem iniciou-se em 1945 e foi dada por terminada em 1951.
Tudo sobre a barragem de Castelo de Bode no link abaixo
Barragem de Castelo de Bode
17Jun1977 - ENCONTRO IMEDIATO COM OBJECTO VOADOR NÃO IDENTIFICADO À VERTICAL DA BARRAGEM DE CASTELO DE BODE.
Mais imagens nos links abaixo
Resumo do caso
José Rodrigues, furriel piloto da Força Aérea Portuguesa, da esquadra 301 da Base Aérea Nº3 de Tancos, em vôo de treino, observou um objecto escuro, com cerca de 15 metros de diâmetro possuindo este uma fiada de aberturas (tipo janelas) na parte inferior (branco- amareladas), a uma distância de mais ou menos 6 metros do seu avião . A sua metade superior não era visível em virtude de se encontrar encoberta pelas nuvens. Devido à presença do objecto, o avião entrou em perda e foi muito a custo que, já perto do solo o piloto o conseguiu estabilizar. Várias anomalias se verificaram... até o giroscópio direccional eléctrico da aeronave ficou desfasado da bússola... cerca de 180º.
O controlador de serviço da Base confirmou a experiência do piloto bem como duas testemunhas em terra junto a Castelo de Bode.
Base Aérea Nº3 - Tancos
Dados sobre a pista:
Localização - N 39º 28,54' -- W 008º 21,89'
Comprimento - 2.438 metros / Largura - 45 / Altitude - 266
Tipo de piso - Asfalto / Declive - 0% / Pista certificada - Sim / Localização - 2 Km W de Constância
Manga de vento - sim / Marcas na Pista - sim / Transportes - Taxi / Combustíveis - sim
Tipos de Aeronaves - Todas / Endereço de Lugar de - LPTN / Rádio - 122.1
QFU - 09/27
Nota: QFU - Q - Código de aviação para posição magnética de uma pista
Missão/Acontecimento
17 de Junho de 1977 - Sexta-Feira
As Operações da esquadra, marcaram um vôo de treino para a região de Torres Novas, com o avião DO-27 Nº 3460. Após a descolagem o piloto dirigiu-se para a área de trabalho, abandonando-a cerca de 25 minutos depois devido às más condições atmosféricas no local. Regressou à base para fazer um "toque e anda" (expressão usada para tocar a pista e descolar de seguida sem qualquer paragem) para alterar a zona de trabalho para a área de Tomar a fim de prosseguir o treino inicial. Em seguida ao passar à vertical de Castelo de Bode, cerca das 12:00h, a 2.000 pés(609,6 metros) de altitude, observou que as nuvens (estracto cumulus), teriam a sua base a cerca de 2.000 pés.
Quando regressou à base, apanhou chuva, decidiu então, fazer o vôo por instrumentos e entrar nas nuvens. "Andava a escolher" em que nuvem se haveria de meter, quando viu algo escuro (muito-escuro no meio da nuvem) o que contrastava com o fundo mais claro e esbranquiçado.
De imediato Francisco Rodrigues pensou tratar-se de um avião de carga, cuja frente escura seria o nariz do seu radar... mas rápidamente percebeu que não podia ser o esse tipo de aéronave porque o nariz do avião era extremamente pequeno em relação ao restante corpo que observou...
Iniciou a volta pela esquerda e contactou a Torre de Control para saber se havia tráfego reportado nesta zona. Informado negativamente, prosseguiu a volta solicitando à Torre que contactasse com BATINA (designação para radar), para averiguar a existência de actividade aérea não identificada na área.
BATINA informou negativamente. Prossegui a volta. Ao voltar cerca de 315 graus pela esquerda, apareceu um objecto a cerca de 6 metros pelas suas 11 horas...
Nesta altura, o que o piloto julgou ser a metade inferior do objecto, estava já abaixo das nuvens e a restante parte encoberto.
"Deu-me a sensação de o objecto se encontrar parado ou então a velocidade muito reduzida. Esta observação durou entra 3 a 4 segundos".
Quando o objecto voador não identificado desapareçeu, a sua coloração... era escura – quase preta – e na sua parte inferior, tinha umas saliências que presumidamente seriam janelas, não conseguindo identificar quantas. Podiam ser três, quatro, cinco, não pode precisar. A coloração dessas janelas eram de um branco amarelado. O objecto terá partido a estonteante velocidade já que numa fracção de segundo desapareçeu completamente!
No que diz respeito à luminosidade das janelas observadas afirmou:
Essas "pequenas janelas" eram de um branco amarelado, e não eram transparentes.
Durante a fase em que se encontrava a observar o objecto, o avião entrou numa picada incontrolável.
"Deixo de ver o objecto e entro em pânico!
Não por ter visto o objecto – porque o vi durante uns três segundos ao meu lado - mas sim pela picada descontrolada do meu avião em direcção ao solo! "
Quando questionado sobre qual o motivo da entrada em perda do avião, respondeu:
"Talvez uma possível falha dos filetes de ar na asa. Pois o motor durante a picada, apresentou fortes vibrações que originariam a "queda" do avião, fora de todas as características da aeronave."
O DO-27, é uma avião de vôo lento, consegue-se mantê-lo a velocidades incrivelmente baixas sem o fazer cair. Mesmo forçando, seria impossível pôr este avião na "perda" em que se encontrou. Aliás, dois ou três dias depois, o piloto tentou juntamente com um colega, colocar o avião nas mesmas condições, o que logicamente foi impossível, além se ser assustador!
O controle do DO 27 durante a picada não foi fácil, de tal modo que o piloto pensou não se safar daquela vez... Activou os comandos no sentido de recuperar sem que o avião reagisse. Chegou inclusivamente a cruzar os comandos na tentativa de recuperação – levando o manche à frente. O avião atingiu os 140 nós e de seguida os 180. Tentou novamente a recuperação da atitude da picada o que foi conseguido relativamente perto do solo, tendo tido mesmo a sensação de ter tocado nas árvores existentes na zona.
Outra curiosidade:
"Quando o avião entrou na dita picada e apresentando fortes vibrações no motor, o Gyro (giroscópio direccional eléctrico) enlouqueçeu tendo apresentado um desfasamento de cerca de 180 graus quando recuperou, em relação à bússola quando prosseguia o vôo estabilizado. Quero dizer com isto que antes da picada o Gyro e a bússola estavam acertados entre si, depois da (picada) quando o avião estava estabilizado guiei-me pelo Gyro para ir para a Base e quando dei por ela, estava 180 graus desfasado do meu destino... ia para Norte e não para Sul como seria de esperar...
Tentei contactar a Base mas não consegui falar. Na torre ouviram um grito que presumem ter sido meu! Aquilo não era uma zona de vácuo , pois se assim acontecesse o velocímetro não teria feito qualquer alteração, aliás, senti os sintomas normais de g’s negativos, e não falta de ar".
O Piloto continua...
Há duas testemunhas em terra que são despertadas pelo "roncar" do avião - uma barulheira infernal – que segundo elas, parecia cair em folha morta. De seguida o avião desaparece do seu horizonte visual e ouvem um barulho dos diabos.
Já próximo do solo, vi que havia possibilidades de recuperação, isto é, quando o nariz do avião deu indícios de querer levantar puxei o manche para trás e meti as manetes à frente. Esta operação provoca uma espécie de estoiro, ratéres... foi esse, provávelmente o som a que as testemunhas se referem.
Quando saí do avião vinha a tremer, pelo susto que apanhei... Fui examinado pelo pessoal médico da Unidade. No fim dos exames, confirmou-se que me encontrava bem de saúde.
A partir daí até agora (altura da entrevista) não tive quaisquer sintomas estranhos de especie alguma e tenho-me sentido de perfeita saúde no estado equivalente ao que me encontrava antes da observação.
"Positivamente não sei o que vi! Só sei que não era um avião, helicóptero nem nada do que conheço em material de aeronáutica. As dimensões do "objecto, seria entre 13 a 15 metros de comprimento... Foi feito um relatório, do qual se tiraram várias fotocópias uma das quais enviadas para o Estado Maior da Força Aérea. Até agora não emitiram uma opinião formal sobre o assunto... Em Portugal continental, foi a primeira vez que vi um objecto deste tipo!... Por aquilo que vi, não sei o que terá sido..."
Mistérios por Revelar - UFO - Caso de Castelo de Bode
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Testemunhas
Piloto
Furriel José Francisco Rodrigues
Idade
23 anos ( Em 1977)
Esquadra / Unidade
Esquadra 31 / Base Aérea Nº3 Tancos.
Horas de Vôo (altura do incidente)
850
Controlador de Trafego Aéreo de serviço
2º Sargento José Vicente Saldanha
Duas testemunhas no solo
Dois Pastores (Nunca consegui apurar a sua identidade)
Tipo de Encontro
2º Grau
(Encontro imediato do 2º Grau - O OVNI deixa vestígios, causa queimaduras ou provoca paralisia ou outros danos em seres humanos, assusta animais, altera o funcionamento de motores de automóveis ou outros, provoca interferências nas emissões de rádio e televisão, deixa sinais evidentes de aterragem etc)
Local do Acontecimento
Barragem de Castelo de Bode, concelho de Tomar, distrito de Santarém, Provincia do Ribatejo, Portugal.
Distância do local do acontecimento á Base de origem da aeronave
Castelo do Bode dista cinco milhas (8.04672 Klm) da BA 3.
Condições meteorológicas
Visibilidade horizontal de cerca de sete quilómetros; nuvens (estracto cumulus) a três mil pés, e um pouco de bruma à distância.
Pista de Descolagem
09
Hora de Descolagem
11:15H AM
Hora do Encontro Imediato
+/- 12:00H
Outras Informações
Exactamente á mesma hora em que se deu a ocorrência com o OVNI, foi reportado que:
- Houve uma perda abrupta de energia na barragem, inexplicada até hoje.
Naquela altura, apareçiam na zona objectos não identificados com alguma frequência como fica evidente no dito "Caso de Tomar" (outra ocorrência do género em local muito próximo). O furriel José Francisco pouco tempo antes, onde ele próprio esteve envolvido, juntamente com outros três pilotos, numa missão que visava perceber a origem de objectos detectados pelo control de tráfego que supostamente alí não deveria estar... nunca nada foi encontrado.
Controlo de trafego Aéreo
Testemunha - O Controlador de trafego Aéreo confirma incidente
2º Sargento - José Vicente Saldanha
Função - Controlador dia na Torre de Control da BA3
Torre de Control BA3
«Estava de controlador de dia, na B.A.3, quando se dá a descolagem do DO-27, pilotado pelo furriel Francisco Rodrigues, que me pediu autorização para se deslacar para Castelo do Bode. A visibilidade não era muito boa. O céu estava carregado de nuvens a cerca de 3 mil pés.
Depois do piloto já se encontrar na zona pretendida pediu-me para o informar, se havia mais algum avião nas redondezas do aeródromo, ao que lhe respondi negativamente informando-o de que ele era o único avião que se encontrava no circuito. Passado talvez, cerca de um minuto, a única coisa que oiço no rádio, é um grito, uma exclamação que, depois vim a saber - ao falar posteriormente com o piloto - se tinha dado na altura dele assinalar um "Objecto" meio imerso nas nuvens.
Para se certificar, ele realizou uma volta de 360º, obtendo a confirmação do referido OVNI!
A dada altura deixamos de o ver, pois além de umas elevações que nos cortaram a visibilidade também existiam nuvens bastantes baixas... mas suponho que a sua comunicação foi recebida passados 3 minutos. Deu-me a sensação de ter sido um grito de quem está completamente aterrado!
Quanto ao "objecto", ele disse que o viu numa forma circular com saliências um pouco abaixo do centro do objecto, segundo frisou, não o viu totalmente... viu-se que tinha passado por uma situação que não é nada normal!
Mesmo que a situação se tivesse devido a uma falha de motor, estou convencido que não teria havido uma descida tão acentuada! Mesmo à altitude a que ele se encontrava, se tivesse acontecido uma falha de motor, poderia aterrar normalmente na base, ou pelo menos teria-o tentado fazer. "
Quando o piloto regressou à Base Aérea Nº3, conforme já narrado anteriormente, foi submetido a exames médicos, concluindo-se que encontrava-se de perfeito estado de saúde, tendo até elaborado um relatório do sucedido para o Estado Maior da Força Aérea. Alguns dos colegas do piloto ainda insinuaram em tom de brincadeira que o furriel José Francisco teria visto a Barragem de Castelo de Bode de cabeça para baixo. Onde, este contrapôs no mesmo tom:
"Não sou doido ! Se tivesse feito um vôo invertido teria espetado quatro parafusos na cabeça que estão salientes no teto do avião".
Fonte: «Revista Insólito nº 37 Janeiro/Fevereiro/Março de 1979»
O video em baixo com as simulações do vôo, declarações de especialistas e do próprio piloto
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Disse ainda o furriel Francisco que, na altura em que deparou com o objecto, meio tapado pelas nuvens, sentiu vibrações no motor – encontrava-se a 3.000 pés – e sem saber porquê veio a "derrapar" até à copa das árvores.
Foi, disse ele – Uma descida muito rápida, tendo sentido grandes dificuldades em recuperar o avião. Quando o piloto foi fazer o relatório às Operações encontrava-se bastante consternado, sufocado, pálido e com dificuldade em falar.
E o caso não foi para menos!
Foi no fim de uma conversa com o Capitão Borralho Oficial-dia às Operações que foi feito o relatóriodo acerca do incidente.
Relatório Preliminar enviado ao Estado Maior da Força Aérea Portuguesa.
Para além deste contacto, houve uma troca de impressões entre colegas acerca do assunto onde recordou que em Portugal continental teria sido a primeira vez que presenciaria um Objecto Voador não Identificado mas que em Angola, já teria visualizado um ao fundo da pista durante a noite, na Vila de Henrique de Carvalho. Esse objecto possuía uma forte luminosidade que se alterava com a altitude. Relatei isso na altura e não fui o único a vê-lo, os soldados que estavam de guarda também o viram. Descolaram posteriormente dois aviões a fim de tentarem perceber do que se tratava. Mais tarde o comandante de um dos aparelhos jurou a pés juntos que também havia visto realmente o objecto, foi em Novembro de 1973.
Em relação à sua forma e dimensão...?
A forma não lhe posso dizer porque víamos apenas luz. Mas as suas dimensões podiam-se comparar às de um Boeing. Vimo-lo durante cerca de um quarto de hora, até que acabou por desaparecer para o horizonte!
Até hoje, ao que se sabe, a Força Aérea nunca informou publicamente acerca dos resultados da investigação (se é que a houve) sobre o incidente sobre Castelo de Bode com um piloto seu. Mais uma observação de um objecto voador não identificado que fica para a história da ovniologia... e a mesma história de sempre: Nunca nada é explicado convincentemente.
Tipo de Aéronave Envolvida:
Dornier DO-27 (Foto 2010)
Características
O Dornier DO-27 foi o primeiro avião militar a ser construído pela República Federal Alemã, após a II Guerra Mundial. Estudado e desenvolvido por Claudius Dornier, o protótipo voou pela primeira vez em 1954. Concebido originalmente para ser um avião de transporte ligeiro, foi exaustivamente utilizado.
Construídos num total de 574 unidades entre 1957 e 1965, foram vendidos a diversos países, nomeadamente a Portugal.
A maneabilidade do DO-27 é caracterizada por:
- Pouca distância que necessita para aterrar ou descolar – cerca de 25 metros
- Atinge uma velocidade máxima de 227 Km/h.
- Possui um motor de cilindros opostos horizontalmente,
- Debita uma potência de 270 cv (201 kW),
- Peso à descolagem de 1850 Kg
- Raio de acção, segundo o construtor - 1.100 Km.
Em Portugal, entraram ao serviço da Força Aérea em 1961, tendo sido utilizados na guerras em África, como meio de transporte, abastecimento, evacuação de feridos e, finalmente, de ataque ao solo com "roquetes", cujos cabides eram instalados sob a asa.
O DO-27 é assim um avião de vôo lento e consegue-se mantê-lo em vôo a velocidades incrivelmente baixas sem fazê-lo "cair". Mesmo forçando, seria impossível colocar este avião na situação de perda em que se encontrava no momento em que José Francisco Rodrigues teve o "encontro imediato" sobre a barragem de Castelo de Bode.
Foi exactamente esta a aeronave que passou pela experiência.
Uma vez que se abordou o tema BA3, e não tendo rigorosamente nada a ver com o tema dos OVNIS, penso não ser totalmente descabida uma informação complementar histórica açerca desta Unidade da Força Aérea tão cheia de história, onde eu próprio tive a honra de servir o meu país como militar da Força Aérea Portuguesa...
O Polígono de Tancos situa-se na freguesia da Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha e nele estão ou estiveram implantadas, diversas Unidades do Exército Português: a Escola Prática de Engenharia, o Comando da Brigada de Reação Rápida, a Unidade de Aviação Ligeira do Exército e a Escola de Tropas Pára-quedistas. Foi aqui que, em 1907, surgiram os Serviços de Aerostação e no dia 10 de Março de 1910 tiveram lugar as primeiras experiências de voo com aeroplanos em Portugal.
Assistiu ao evento o rei D. Luís. Ainda hoje o monte que serviu de observatório mantém o seu nome. O vôo de aeroplano aconteceu na carreira de tiro do polígono. O avião denominado Gomes da Silva II, de 6,75 metros de envergadura, pesava 185 quilos e era equipado com um motor Anzani de 28 CV, montado em Tancos, deslocando-se para sul, fez várias tentativas falhadas devido às más condições da pista. O avião rolou umas dezenas de metros e veio a acidentar-se num talude ao lado da carreira de tiro e em consequência foi abandonado o projeto. Davam-se os primeiros passos na aviação em Portugal.
A inauguração solene do Aérodromo de Tancos. Nas imagens: o tenente aviador Dias Leite, que ganhou o 1º prémio de acrobacia aérea; os hangares do novo aérodromo; o capitão aviador Sarmento Beires, que realizou a melhor aterragem da cerimónia num aparelho Breguet, de 300 cavalos; a mulher de Ribeiro da Fonseca procedendo ao baptismo dum dos aviões, durante a cerimónia do dia 9 desse mês.
Em 1911 é criada a Companhia de Aerosteiros do Exército Português, em Vila Nova da Rainha que se torna a primeira unidade aeronáutica militar portuguesa. Mais tarde transformada em Batalhão de Aerosteiros, tinha por missão principal a operação de aeróstatos, sobretudo de balões de observação. Em 1912, a título experimental, são integrados no Batalhão de Aerosteiros os primeiros aviões, o primeiro dos quais, um Deperdussin B, nascendo assim a aviação militar portuguesa. Em 1914, é criado o Serviço Aeronáutico Militar e a Escola de Aeronáutica Militar em Vila Nova da Rainha (Azambuja), onde se mantém até 1920, junto do Batalhão de Aerosteiros.
Em 1918 é reorganizada a Aviação do Exército, passando a designar-se por Serviço de Aeronáutica Militar, integrando seis diferentes departamentos, entre eles a Direção de Aeronáutica, as Escolas Militares de Aviação e Aerostação, as Tropas Aeronáuticas (de Aviação e Aerostação) e o Parque de Material de Aeronáutica.
1918 é criada a Esquadrilha Mista de Depósito e Instrução, inicialmente em Alverca. Desejando-se deslocá-la para próximo do centro do país, por razões económicas, aproveita-se a carreira de tiro da EPE. Perto do monte D. Luís foi instalado um hangar desmontável, proveniente de Vila Nova da Rainha.
A primeira unidade operacional de aviação militar surge em 1919 na Amadora. Designou-se por Grupo Esquadrilhas de Aviação "República", Esquadrilhas de combate equipadas com 22 aeronaves Spad S VII-C1 e Esquadrilhas de Bombardeamento e Observação equipadas com 16 aeronaves Breguet Br 14 AZ. Neste ano é também adotada a Cruz de Cristo num círculo branco, como símbolo da Aviação Militar Portuguesa.
Em 27 de Outubro de 1921 aterram em Tancos dois aviões Caudron GIII, pilotados pelos Capitães Ribeiro da Fonseca e Luís Gonzaga, inaugurando-se nessa data a Esquadrilha Mista de Treino e Depósito. O distintivo da BA.3, um galgo, é da autoria do Capitão Ribeiro da Fonseca, que se manteve até à sua extinção e que ainda, se pode vislumbrar, no portão poente
Caudron G 3 Esquadrilha Mista de Treino e Depósito – Tancos 1921
Em 1921 o capitão Luís Gonzaga que tinha sido agraciado com a Cruz de Guerra em França faleceria no dia seguinte durante as cerimónias oficiosas de criação da unidade, a Base Aérea n.º 3.
A sua primeira Ordem de Serviço data de 1 de Agosto de 1921.
Tancos - Vista do Monte Dom Luiz
Foi o berço da aviação de caça em Portugal, estando, por isso, na origem das mais longas tradições da aviação Portuguesa.
Em 9 de Setembro de 1923, foi inaugurado o primeiro Hangar. Em 1933, chegaram os primeiros aviões de caça da aviação Portuguesa: 3 FURY.
A partir de 1 de Janeiro de 1939, por determinação do Ministro de Guerra, passou a chamar-se BASE AÉREA DE TANCOS, sendo seu Comandante o Major Craveiro Lopes, mais tarde Presidente da República. A 30 de Outubro de 1939, a Base Aérea, passou a designar-se por BASE AÉREA Nº3. Em 1940, foram construídos os dois Hangares, ainda hoje(2013) existentes. Em 1951, foram inauguradas as Casernas, Refeitórios e a Estação Elevatória de Águas.
Em Julho de 1952, atingiu-se o maior número de aviões baseados na unidade: 108 SPITFIRES, HURRICANES, THUNDERBOLTS,
A partir desta altura, a missão da Base sofreu grandes alterações tendo-se tornado mais ampla e passando a abranger sectores muito diversificados na preparação do pessoal especializado, para fazer face às exigências da guerra do Ultramar. Com efeito, competia-lhe, por um lado, a formação dos pilotos de helicópteros, desde o seu início até à sua partida para o Ultramar, incluindo o estágio operacional de todos os pilotos de T-6 e DO-27; cursos de adaptação em plurimotores; apoio aéreo ao Regimento de Caçadores Paraquedista (depois Base Escola de Tropas Paraquedistas) na formação da totalidade dos cursos de tropas pára-quedistas e na manutenção do seu treino de saltos; cooperação com o Exército em apoio aéreo aos vários centros de instrução operacional; formação de observadores do Exército; transporte de evacuação sanitária em helicóptero, mantendo para o efeito tripulações e aeronaves em alerta.
Na Quinta dos Álamos (Golegã) é organizado o primeiro salto de pára-quedas da unidade em Portugal. Um a um, cerca de 50 homens, saem das portas dos velhos JU-52. O primeiro a saltar é o próprio comandante do Batalhão, capitão Armindo Videira.
Embarque de Paraquedistas Fev1957
Por outro lado, conjuntamente com esta atividade, competia à BA.3 a instrução de todos os Oficiais, Sargentos e Praças da Polícia Aérea e ainda as Praças Condutores Auto, Sapadores Bombeiros, Amanuenses, Clarins e Auxiliares do Serviço Religioso.
Ao longo deste período dinâmico da sua história terá a BA3 atingido o máximo de atividade global contando com um efetivo de mais de 2000 homens, fazendo cerca de 1000 horas de voo por mês e assegurando a instrução terrestre a contingentes de 800/900 homens de 4 em 4 meses. Para além da recruta de pessoal da Força Aérea notabilizou-se a BA3 pela instrução de pilotos de Helicópteros e de Plurimotores, sem esquecer o apoio permanente às Tropas Pára-quedistas.
Comantes Ilustres
Como Comandantes, teve grandes vultos da aviação Portuguesa, entre os quais, para citar os mais antigos:
Brigadeiro Ribeiro da Fonseca, Brigadeiro Sousa Maia e Marechal Craveiro Lopes.
Aéronaves
COUDRON e MARTINSYDE em 1921/22;
MORANE e A VRO-ARDlSCO em 1927/28;
HAWKER FURY em 1933;
VIKER, POTEZ e WAWKERHIND em 1937;
GLADlATOR em 1939;
CUNTIN MOHAWK em 1944;
SPITFIRE e HURRICANE em 1947;
THUNDERBOLT em 1952;
CUB, MAGISTER, OXFORD e JU.52 em 1955;
T-33 em 1958;
DORNIER (D0-27) e HELICÓPTEROS ALII e ALIII em 1964/65;
T-6, NORD-ATLAS e HELICÓPTEROS SA-330 (PUMA) em 1965/70;
A partir de 1974 ALIII, CASA 212 (AVIOCAR) e CESSNA FTB-337G.
Pelo Decreto-Lei n.º 128/94, de 19 de Maio e na sequência dos diplomas de reestruturação das Forças Armadas, é extinta a Base Aérea Nº 3, da Força Aérea, sediada em Tancos, e, consequentemente, transferida para o Exército esta infraestrutura onde passou a funcionar o Grupo de Aviação Ligeira do Exército (GALE), Diário da República, nº 163 de 14 Julho de 1993. O GALE passa a partir de 1 de Julho de 2006 a denominar-se Unidade de Aviação Ligeira do Exército (UALE), conforme Diário da República n.º 115, II Série, de 16 de Junho de 2006, O Exército aguarda a chegada dos helicópteros NH-90, para em Tancos proceder à sua operação, sustentação e manutenção.
Até á data (2015) e devido a restrições orçamentais a compra de Helicopteros para o Exército não se chegou ainda a verificar