Nina Linda
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Local de Nascimento: Alverca do Ribatejo, junto ao Centro de Formação de futebol da terra, dentro de uma manilha de escoamento de águas residuais.
Período temporal de vida: 29Jun2012 - 05Fev2024
Idade: 11Anos e 7 meses 7 dias = 605 semanas + 3 dias = 4.238 dias.
Causa de Morte: Tumor Cerebral, localizado por detrás do olho esquerdo, com ramificações para a cavidade nasal posterior da narina esquerda.
Hora da partida: 14h 20m - Segunda-Feira (05Fev2024)
Local: Anicura Hospital Veternário - Mafra
Hora da partida: 05Fev2024 / 14h 20m - Segunda-Feira
Local: Anicura Hospital Veternário - Mafra
Meu Deus... estou tão triste!
Hoje despedimo-nos de ti, não com um adeus, mas com um até
logo. Tu foste mais do que uma cadela, um animal de estimação... tu
foste uma amiga, uma companheira e um membro da nossa família. Não
consegui ver dar-te as injecções, que entrariam pela tua
pata traseira direita, e te iram tirar a vida!... só consegui tirar-te a
tua última fotografia com vida... foi a dona que te acompanhou
nos teus últimos segundos... que esteve presente quando o teu espírito
deixou o teu corpo e a tua essência partiu para o além.
Desculpa Nina não fui capaz de assistir a tudo isso.
Como tive a coragem de te matar? quando era a última coisa que queria
verdadeiramente dar-te-ia até uma parte da minha vida, para
que pudesses viver mais uns anos?
Estou a falar a sério Nina dar-te-ia anos da minha vida, tal foi o
amor que por ti tinha!
Recordaremos sempre o teu latido alegre, a tua cauda a abanar
sempre que chegávamos a casa, e o teu olhar carinhoso que parecia
entender tudo. Os bonecos que mandavas ao ar e ias apanhar de
novo...tu trouxeste alegria aos nossos dias e conforto nos momentos
difíceis.
- Lembras-te de que, esperavas religiosamente, à saída da banheira, sempre que o dono ia tomar banho?
- Lembras-te de, durante as manhãs, ires ao meu quarto, inúmeras vezes, para confirmar se eu lá estava, e se tudo estava bem?
- Lembras-te de como dormimos juntos? de como íamos à rua, naquelas noites de temporal? e chegava-mos todos molhados a casa?
- Lembras-te dos milhões de coisas pelo que passamos juntos?
- Lembras-te?
Tantas vezes, nesses dias de mau tempo pensei: Era tão bom não ter que
ir á rua agora com este mau tempo e ficar em casa no quentinho!
Hoje que já partiste, tenho saudades de ir á rua nos dias de temporal, e
trocar isso pelo quentinho da nossa casa...
Já nada faz sentido, porque tu não estás!
Na noite do dia da tua partida... fui á rua e com a tua trela na mão,
percorri todos os sítios onde gostavas de ir... fui a horas muito tardias,
para que não vissem um louco com uma trela na mão a dizer coisas
estranhas para a escuridão...
Eles não sabiam que estava somente a falar contigo, dizendo-te o quanto
a tua ausência me magoava.
Só hoje (25Mar2024 - Segunda-Feira), consegui pegar em algumas
palavras e junta-las, para exprimir o indizível, e tu, como, sabes que
estou a chorar com a tua ausência.
A tua lealdade e amor incondicional serão sempre uma inspiração para nós.
Aprendemos contigo o verdadeiro significado da amizade e do amor. A tua
memória viverá sempre nos nossos corações. Estarás viva, enquanto nós
vivermos. Sabemos que agora estás num lugar onde não há dor, apenas
brincadeiras e guloseimas infinitas... que corres livremente num prado
verdejante, querida Nina, precisamos que saibas que sempre te
amaremos.
Até nos encontrarmos novamente, querida amiga.
Vamos então á tua história... e ela é longa, muito longa... e bem
interessante, diria eu. Essa história começou mesmo antes de tu
nasceres... com uma morte, a de um animal muito, muito querido, aqui em
casa, como são todos: o Nino!
Mas para que possam perceber, devo fazer desde já uma ressalva, a
descrição nas próximas linhas, são tudo menos consensuais para pelo
menos 99% das pessoas, portanto quer dizer que vou passar, como hei-de
dizer... por louco, doido ou fora da realidade, para dizer o mínimo...
bem mas vamos lá... assumo as responsabilidades da vossa descrença e
percebo-a, podem crer.
A dada altura da sua vida, a minha esposa trabalhou numa empresa cuja
sede se mudou de Lisboa para Rio de Mouro. Claro está que me dirigi lá
por algumas vezes... por isto ou por aquilo. Deu para perceber que aquela
zona...no inverno, é qualquer coisa de gelada, e no verão o ambiente é
relativamente ventoso. A proximidade do mar deixa aquele território com
uma humidade, e nevoeiros... para lá do razoável. Em resumo as
condições meteorológicas, durante todo ano são no mínimo exigentes, e em
particular para os desafortunados da vida, ainda pior. Se a isso
juntarmos a fome, a coisa fica mesmo feia para quem precisa e
não tem...
Foi neste jogo de sobrevivência, que o Nino apareçeu na vida daquela, que
viria a tornar-se o amor canino da sua vida e viçe-versa.
Mais sobre reencarnação animal, CLIC na lâmpada acima.
Itens a desenvolver futuramente..
Tudo começou nos sonhos vívidos vindos do nada.
O que estava escrito nas etiquetas.
A procura por todo lado (minha e da Lurdes).
O trazer para casa de outro animal.
Os vizinhos de cima confirmaram uma determinada discrição.
A ida ao canil do Cartaxo e quando nos viu pela primeira vez.
Trazer a Nina na semana seguinte.
Na adulescência, a destruição caseira de uma mesa de cozinha e mesinha de sala.
A educação e aprendizagem rápida.
O feitio dóçil e humilde.Nunca mordeu em ninguém
Os anos de ouro, as saídas, o contacto com os outros animais e pessoas, as idas á rua, as idas á praia e banhos de água quente, a chegada do hipermercado, a relação com os gatos, um dos quais o gato da sua vida, o goto da sua vida... o Canito também conhecido pelo mecânico.
Só ficou sozinha duas vezes na vida.
Primeiros sinais da doença, duração da doença, comportamento na doença.
As noites sem dormir
As idas ás urgências, primeiro em Alverca e depois em Mafra com médicos conhecidos
A quimioterapia e os outros exames.
O constante andar em círculos... os terríveis cantos da casa
A sugestão da eutanásia.
A eutanásia e como a trouxeram.
O fim
A cremação
A carta de despedida que foi com ela.
Os votos no livro de condolências.
O regresso de carro a casa sozinhos e o silêncio.
A caixa com as cinzas
A cama de Nina vazia
O chamar por ela no depois do banho ou em qualquer sitio onde ela estaria
O luto
A ausência da minha Nina para o resto da minha vida.
Os nossos desejos e o acreditar de que esteja bem.
O fim e o egoismo de não ter mais animais.