Comandante Júlio Miguel Guerra
Foto enquanto piloto de linha comercial
Dossier OTA
Comandante Júlio Miguel Guerra
Foto enquanto piloto de linha comercial
Foto enquanto piloto de linha comercial
Descrição do Caso:
Local: Perto da Base Aérea Nº2 - Ota, (Oeste de Montejunto)
Data: 02Nov1982 - Terça-Feira
Missão: Vôo de Treino
Tipo de Vôo: Treino de Acrobacia
Hora da Observação: 10.50 AM
Dimensões do Objecto - Diâmetro: Entre 2 e 3 metros / Altura: +-1,5m
Testemunhas:
Imagens comparativas
O ‘boom’ da ovnilogia deu-se entre os anos 40 e 80, mas desde o tempo dos descobrimentos marítimos portugueses que há relatos de fenómenos celestes incompreensíveis e avistamentos de objectos não identificados. No entanto, poucos relatos serão mais impressionantes do que aqueles que são relatados por pilotos profissionais. Como o episódio que envolveu militares da Força Aérea Portuguesa na Base Aérea da OTA, a 2 de novembro de 1982.
Mistérios por Revelar - UFO - OVNIS em... por Fjfluz
Naquela manhã de céu perfeitamente limpo, o Tenente Júlio Guerra e os alferes Carlos Garcês e António Gomes fizeram-se à pista para um habitual voo de treino. Já em pleno voo, por volta das 10h50, Júlio Guerra, a bordo de um Chipmunk, apercebeu-se da presença de um objeto brilhante, que se deslocava de Norte para Sul. Estaria a voar a 5500 pés de altitude, sensivelmente, sobre a pequena freguesia de Vila Verde dos Francos (Alenquer). "Lembro-me dos acontecimentos desse dia como se tivesse sido ontem!", garante Júlio Guerra, hoje piloto da aviação comercial, à ‘Domingo’. "Primeiro pareceu-me ser apenas o reflexo do cockpit de um avião a jato. Uma vez que aquela era a zona que me estava atribuída, voltei imediatamente para a esquerda para identificar o possível avião. Mas qual não é o meu espanto quando, dando uma volta de 180 graus, vejo uma bola brilhante e metálica, que começou a descrever uma elipse em meu redor", recorda.
Mistérios por Revelar - UFO - OVNIS em Portugal - Caso do Piloto Júlio Guerra from fjfluz on Vimeo.
Piadas na torre...
A situação começa a ser estranha e Júlio Guerra contacta a torre de controlo para que o informassem sobre o tráfego aéreo na zona. Qual não é o seu espanto quando, do lado de lá, lhe garantem que não há qualquer aparelho no ar. A situação provocou até alguns gracejos nas comunicações entre os militares. Júlio Guerra não se incomodou: "respondi-lhes que se achavam que aquilo era um balão que viessem até à zona ‘E’ ver com os próprios olhos!" Assim aconteceu, Carlos Garcês e António Gomes voaram para a zona onde estava Júlio Guerra avistando igualmente o objeto a olho nu. Júlio Guerra enceta-lhe então uma perseguição, apesar dos avisos de prudência dos colegas. "Eu tinha imensa dificuldade em acompanhá-lo. Tinha de fazer uma curva muito apertada com o pescoço completamente virado para o lado para não o perder de vista", conta agora o piloto. É então que decide arriscar tudo por tudo: comunicou aos colegas que iria aproximar-se para fazer uma rota de interceção à aeronave desconhecida. Gomes e Garcês avisaram-no para que não arriscasse demasiado. Júlio Guerra não lhes deu ouvidos. Mantendo uma velocidade elevada constante, o engenho desconhecido continuava a descrever círculos em redor do monomotor, obrigando o experiente piloto a fazer curvas cada vez mais apertadas no céu. "Confiando na minha capacidade de manobra aeronáutica mas também já um pouco cansado daquela perseguição, que durou mais de 20 minutos, decido fazer a interceção, esperando que ele passasse por trás de mim para me colocar na sua rota. Qual não é a minha surpresa, porém, quando o vejo a cair para cima de mim, a uma velocidade bruta. Ficou a uns 10 ou 15 metros, num voo algo instável, acima do avião. Pensei... ‘olha, já foste! Estimámos posteriormente que ele deveria atingir os 2500 quilómetros hora em voo horizontal e 500 km/hora na vertical. Depois desses escassos segundos voltou a ganhar estabilidade e desapareceu como um raio de luz em direção à Serra de Sintra", relembra o piloto. Anos depois, a história de Júlio Guerra foi recuperada pela jornalista norte- -americana Leslie Kean, autora do livro ‘UFOs – Generals, Pilots and Government Officials go on the Record’, que se debruçou precisamente sobre o fenómeno ovni presenciado por homens e mulheres em cargos insuspeitos, de militares a responsáveis governamentais. O seu caso faz parte da ínfima percentagem de cinco por cento para a qual nunca foi encontrada explicação.
Torre de Controle de tráfego Aéreo, BA2 Ota
02Nov1982.
Durante um habitual voo de treino, o tenente Júlio Guerra, piloto da FAP, entra subitamente em contacto com a Torre de Controlo da Base Aérea da Ota. Assustado, relata estar na presença de um misterioso e inexplicável objecto. Foi aí que observou um engenho que lhe despertou a curiosidade. Ao tentar aproximar-se, o objecto subiu rápidamente até à sua altitude, percebendo nesse momento, que se tratava de um objecto discóide, com dois hemisférios, de cor metálica e tom avermelhado na parte inferior.
O Ten. Júlio Miguel Guerra revive o seu longo encontro com um OVNI.
Os alferes; Carlos Garcês e António Gomes que se encontravam no mesmo avião, confirmaram o UFO visualizado anteriormente pelo tenente Júlio Guerra
Por incrível que pareça, o Tenente J. Guerra apontou o nariz do seu avião em rota de colisão com o OVNI para ver a reacção deste. Antes de se dar a inevitável colisão, o OVNI desviou-se rápidamente.
Depois de tentar interceptar o OVNI, este descreveu uma curva a grande velocidade para sudoeste, perdendo-se da vista dos três pilotos. Ficou bem à vista a coragem deste piloto. O incidente passou-se a 2 de Novembro de 1982, entre as 10h50m e as 11h15m AM.
Ele escreve:
"Em vários momentos o objecto esteve bastante perto de mim, eu era capaz de observar que era redondo com duas metades em forma de dois skullcaps apertadas. Olhei cuidadosamente para a parte inferior, que parecia estar algures entre as cores vermelho e o metálico, com um buraco ou mancha escura no centro.
Ao centro parecia ter algum tipo de grade, e, possivelmente, algumas luzes, mas era difícil dizer já que o sol era muito brilhante e refletia-se."
O objecto andou em circulos à volta do pequeno avião durante cerca de 15 minutos, enquanto se encontrava ainda a voar ainda sozinho no seu DHC-1 Chipmunk.
No dia seguinte foi elaborado um relatório e entregue à Força Aérea Portuguesa.
(Júlio Guerra, CNIFO Case Report)
Desenho do objecto elaborado pelo piloto Júlio Guerra
Júlio Guerra afirma que o objecto "voou a uma velocidade fantástica numa grande órbita elíptica à esquerda, entre 5.000 pés para o sul e cerca de 10.000 pés para o Norte, efectuada sempre da esquerda para a direita, e esta repetida várias vezes".
"Eu tentei mantê-lo sempre à vista."
Dois outros oficiais pilotos da Força Aérea e companheiros, (Alferes: Carlos Garcês e António Gomes), voaram para o local, onde também observaram o objecto a repetir o dito curso elíptico, passando entre os dois planos em cada retorno, durante um periodo de cerca de 10 minutos. Foram capazes de estimar o tamanho, dada a sua proximidade com as duas aeronaves: cerca de oito a 10 pés(2/3,5 metros).
No fim da tentativa de interseção por parte do piloto Júlio Guerra, o dito objecto desapareçeu para sudoeste na direcção de Sintra.
No Cockpit de um DHC-1 Chipmunkipmunk
Mais se afirma que nenhuma das aeronaves sofreu qualquer dano estrutural. Após a aterragem (11.45a.m.), os três pilotos efectuaram relatórios detalhados e independentes, entrgues à Força Aérea Portuguesa. O General José Lemos Ferreira, o então Chefe de Estado Maior da Força Aérea Portuguêsa à época autorizou a consulta de todos os documentos relativos ao caso, a uma equipa de cientistas e especialistas, que realizaram uma investigação científica longa e apurada.
Curiosidade:
Em 1964 alguns Chipmunk são colocados na Base Aérea N° 2 (Ota), tendo em vista a instrução elementar dos alunos da Academia Militar. Em Setembro de 1970, os Chipmunk da BA2 e da BA7 são colocados na BA1 (Sintra). Em Outubro de 1974 são definitivamente colocados na BA2, onde formaram a Esquadra 21. Em Outubro de 1976 passou a ser designada por Esquadra 101.
Chipmunk da Força Aérea Portuguesa
O grupo estimou que o objecto voador não identificado estava voando a mais de 300 MPH verticalmente e sua velocidade quando circulava entre as aeronaves, andaria na ordem das espantosas 1.550 MPH (2.500Km/h).
Desde que deixou a Força Aérea em 1990, após 18 anos de serviço, Júlio Guerra foi piloto da Portugália Airlines (TAP), a maior companhia aérea comercial de Portuguesa. Tinha em 2009, 17 mil horas de voo, e nesse ano recebeu um diploma de Ciência Aeronáutica da Universidade Lusófona do Porto.
(Cortesia Júlio Guerra)
Importa também referir que muito perto do local, onde se deu este caso, encontra-se uma das mais importantes instalações militares de Radar da Força Aérea Portuguesa. Acredito pessoalmente que as aparições deste tipo de objectos nesta zona, muito terá a ver com a análise, por parte dessas entidades, do nosso sistema de radares e comunicações...
Na altura em que a observação do caso em apreço se verificou, houve lugar manifestações dentro e fora da Base, descritas pelo cabo especialista Heitor Morais, então militar de serviço nos radares.
Iremos futuramente voltar a este assunto (Caso Lemos Ferreira) aprofundando-o tanto quanto possível, aqui nas páginas do blog.
Heitor Morais relata um contacto de 3º Grau em Montejunto. Há até registos nos radares relativamente aos avistamentos que ficaram na história, como o de uma Esquadrilha de quatro caças F-84G que se deslocavam de Córdova (Espanha) para a Base aérea da Ota em Portugal, a 4 de Setembro de 1957, num voo nocturno de rotina e que o então Capitão Lemos Ferreira comandava.
Relembra-se que o então Capitão Lemos Ferreira, vira a tornar-se numa primeira fase, General e Chefe do Estado Maior da Força Aérea (CEMFA), e posteriormente Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, (CEMGFA).
Relatório da Observação da observação de 04Set1957 assinado pelos quatro pilotos
Alguns dados sobre a Aeronave DHC-1 Chipmunk
O De Havilland DHC-1 Chipmunk voou pela primeira vez em 22 de Maio de 1946. O seu sucesso como avião de instrução elementar de pilotagem, é testemunhado pelos 1291 aviões construídos, dos quais 66 sob licença em Portugal pela Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), em Alverca do Ribatejo. É um avião bilugar, de asa baixa, com uma fuselagem de construção metálica e asas e superfícies de controle revestidas com tela pintada.
A versão MK20, resulta da modificação da versão anterior, o MK10. Substituiu-se o motor de Havilland Gypsy Major por um moderno motor Avco Lycoming O-360-A4M-100, com 180 HP com um hélice Sensenich, modificaram-se os freios, instalaram-se rádios novos e equipamento IFF e reforçou-se a estrutura. O Chipmunk, pelos seus atributos e qualidades, é um excelente avião para a aprendizagem inicial da pilotagem.
Dimensões:
Envergadura 10,46 m
Comprimento 7,75 m
Altura 2,13 m
Performances:
Velocidade máxima 287 Km/h
Velocidade cruzeiro 204 Km/h
Alcance máximo 445 Km
Autonomia máxima 2,3 h
Tecto máximo 4.820 m
Peso vazio 647 Kg
Peso máx. decolagem 990 Kg
Informação mais pormenorizada sobre o Chipmunk neste Link
Quer observar qual é a perspectiva que se pode ter numa missão de acrobacia semelhante aquela que o piloto Júlio Guerra iria realizar?
Vamos então voar ao por do sol!
Mais um exemplo acrobático com o Chipmunk
Veja abaixo mais fotos do tipo de aeronave (Chipmunk DHC1) em que voavam os pilotos; Tenente Júlio Guerra, Alferes Carlos Garçês e António Gomes, quando tiveram um encontro imediato com um objecto voador não identificado
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O Chipmunk DHC1 fez história na Força Aérea Portuguesa, que o digam o pilotos que ao longo dos anos ali, receberam a sua formação prática de pilotagem.